
Corrida da Minha Vida
Ao olhar para minha trajetória, vejo claramente que a vida tem sido como uma longa corrida, marcada por diferentes terrenos, mudanças de ritmo, desafios inesperados e metas que exigiram preparo, fé e perseverança. Desde a infância simples na zona rural do Espírito Santo, quando dei meus primeiros passos no trabalho ao lado do meu pai, até as responsabilidades que hoje carrego como líder na Igreja, percebo que cada etapa foi parte de um percurso cuidadosamente traçado por Deus. Em alguns momentos, foi necessário desacelerar para ganhar fôlego; em outros, acelerar para não perder o tempo da oportunidade. Mas, em todos eles, mantenho os olhos firmes na linha de chegada, a missão que o Senhor confiou a mim.
Minha vida tem sido uma corrida com propósito. Em cada função exercida, cada formação conquistada, cada pessoa que encontrei pelo caminho, aprendi que liderar é mais do que ocupar posições, é correr ao lado de outros, encorajando, apoiando, conduzindo com coragem e humildade. A graduação, a pós, a complementação teológica e agora o Mestrado em Liderança não são troféus, mas parte do preparo para correr melhor, com mais clareza de visão e mais firmeza de passos. Se hoje sigo avançando, é porque Deus tem sido meu treinador, meu sustento e meu destino. E é com esse espírito que continuo correndo, não por reconhecimento, mas para cumprir com fidelidade o propósito para o qual fui chamado.



Largada - Meu ponto de partida
Meu nome é Silvanio Zahn, nasci no dia 18 de agosto de 1975, na cidade de Afonso Claudio, ES.
Faço parte de uma família de seis pessoas: meu pai Vivi Zahn, minha mãe Anizia Marly Storch, Vilmar, meu irmão mais velho, eu, Carlos Eugenio que é 3 anos mais novo que eu e Mirtes, a irmã caçula.
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Cada passo na minha infância foi como dar a largada para a maratona da vida.​​​
Meus pais se casaram no dia 27 de janeiro de 1973. Embora tenham nascido em lares adventistas, no decorrer do período em que permaneceram juntos, eles enfrentaram diversas dificuldades no relacionamento conjugal. Minha mãe se casou grávida, e sempre foi muito ciumenta, penso que pela insegurança motivada por alguns comportamentos do meu pai, que chegou a se envolver em um relacionamento extraconjugal.
Quando estava próximo de completar 13 anos, presenciei uma discussão muito forte entre eles. Essa situação se repetiu por algumas vezes, até resolverem se separar no ano de 1998, validando o divórcio de forma definitiva em 21 de agosto de 2002.
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Embora o percurso fosse acidentado, meus pais sempre fizeram o papel de treinadores espirituais, nos preparando para as subidas e descidas da vida.​
Mesmo em meio a toda essa situação, meus irmãos e eu fomos muito amados pelos nossos pais. Vejo que se esforçaram muito para conduzir nossa família nos caminhos do Senhor. Lembro-me com clareza, que em todas as manhãs, desde pequeninos, antes do sol nascer, nos reuníamos no quarto deles para realizar o culto familiar.
Quando completei 8 anos, pedi permissão aos meus pais para ser batizado. Conversamos com o Pr. José Lourenço e meu batismo foi marcado para o dia 19 de maio de 1984. Sendo bem pequeno, quando entrei no tanque batismal a água quase me cobriu. O pastor, muito experiente, percebeu que eu não tinha altura o suficiente, e de imediato sussurrou em meus ouvidos: — sobe no meu pé. Essa experiência marcou muito, pois, me senti seguro, como se estivesse nas mãos do supremo pastor Jesus Cristo. Hoje me proponho a passar esta segurança para as pessoas que lidero.

Os primeiros passos na longa maratona da vida
Desde muito cedo, fui envolvido nas atividades de trabalho no meio rural, colaborando com meus pais. Recordo-me com nitidez que, aos 5 anos de idade, já acompanhava meu pai nas lavouras, conduzindo cavalos que puxavam a capinadeira utilizada nas plantações de milho. Esse trabalho era intenso e essencial, sobretudo porque meus pais dispunham de poucos recursos financeiros. Por meio desse esforço, realizávamos uma troca por dias de serviço de terceiros em nossas próprias plantações. Meu pai costumava cobrar o equivalente ao trabalho de dois homens e meio, considerando que íamos ele, eu e dois cavalos. Essa dinâmica permitia que nossas terras fossem cultivadas no tempo adequado, favorecendo o ciclo produtivo da roça.​
Com o passar dos anos, minhas responsabilidades foram ampliadas. Aos 9 anos, comecei a cuidar do pequeno rebanho de gado da família, auxiliando na alimentação e na ordenha manual – atividade que meu pai continua realizando até hoje. Já por volta dos 12 a 13 anos, após concluirmos as tarefas em nossas plantações, eu prestava serviços para vizinhos, o que me proporcionou a primeira experiência de remuneração pelo trabalho.
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Cada manhã no campo foi como alinhar na largada da vida, onde aprendi que a verdadeira vitória não está em chegar primeiro, mas em nunca desistir da pista que Deus me confiou.
Minha mãe também desempenhou um papel fundamental na minha formação financeira. Lembro que, após as colheitas de milho, ela nos levava, a mim e ao meu irmão mais velho, para recolher as espigas que haviam ficado para trás nos campos. Com o que juntávamos, meu pai comprava de nós e, com esse dinheiro, adquirimos uma vaca, que passou a ser nossa primeira cabeça de gado. Aos 10 anos, cada um de nós ganhou uma vaca dos nossos pais, ensinando-nos na prática o valor do esforço, da economia e da dignidade no trabalho. Mais tarde, quando me casei, foi com a venda desse pequeno rebanho que pude construir minha primeira casa, a qual, posteriormente, foi vendida para dar entrada em um apartamento na cidade de Belo Horizonte.
Meus pais ainda vivem na zona rural, hoje, em Ribeirão do Sobreiro, região conhecida pela sua campal que já completou 75 anos de existência. Um encontro religioso que era muito aguardado por toda a família. Também vivi por um tempo nesta localidade até completar 15 anos, quando fui para o colégio interno em Colatina-ES, o CAES (antigo EDESSA-Educandário Espírito Santense Adventista).
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Saindo do Bloqueio: A primeira curva
Tendo crescido na zona rural e com pais que haviam concluído apenas o ensino primário, nunca havia considerado dar seguimento aos estudos, porque já estava decidido a ficar para cuidar deles. Hoje percebo que era uma visão pequena, mas compreensível devido ao nosso contexto social.
​Em 1991, no entanto, sem meu conhecimento, meu irmão Vilmar, que já estudava no CAES (antigo EDESSA-Educandário Espírito Santense Adventista), resolveu fazer uma solicitação de bolsa junto aos administradores do colégio para que eu tivesse a mesma oportunidade que ele. Imagine minha surpresa quando recebi a carta de minha seleção como aluno bolsista.​
Sempre fui muito apegado aos meus pais, por isso sair de casa era algo que me angustiava. Vivi uma mistura de sentimentos, não sabia se ficava feliz ou triste. Até que aos 16 anos, saí para estudar no colégio interno e nunca mais voltei a viver com eles. Voltava apenas em períodos de férias.​
Sou grato ao meu irmão mais velho por ter me incentivado e feito de tudo para que eu saísse e estudasse.​
Também agradeço a oportunidade que a Administração do colégio me concedeu, pois, através do curso técnico de contabilidade cursado durante o ensino médio, portas se abriram para que eu pudesse trabalhar na organização Adventista. Aquele foi o estímulo para mudar a minha forma de olhar o mundo.

Saindo do Bloqueio: A primeira curva
Um dos momentos mais marcantes da minha vida, foi quando aos 19 anos, conheci a minha esposa Kezia. Apesar de ter tido algumas paqueras na adolescência, ela foi a minha única namorada. Namoramos por 2 anos e ficamos noivos por 6 meses. Casamo-nos no dia 08 de dezembro de 1996, eu com 21 anos e ela com 18. Desde então ela tem sido minha fiel companheira, grande apoiadora e motivadora do nosso ministério. Tudo o que temos hoje, construímos juntos.
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Casar com Kezia foi como conquistar a medalha de ouro da minha corrida: uma parceira fiel e motivadora, que está ao meu lado em cada milha dessa maratona chamada vida.


Largada - Meu ponto de partida
Meu nome é Silvanio Zahn, nasci no dia 18 de agosto de 1975, na cidade de Afonso Claudio, ES.
Faço parte de uma família de seis pessoas: meu pai Vivi Zahn, minha mãe Anizia Marly Storch, Vilmar, meu irmão mais velho, eu, Carlos Eugenio que é 3 anos mais novo que eu e Mirtes, a irmã caçula.
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Cada passo na minha infância foi como dar a largada para a maratona da vida.​​​
Meus pais se casaram no dia 27 de janeiro de 1973. Embora tenham nascido em lares adventistas, no decorrer do período em que permaneceram juntos, eles enfrentaram diversas dificuldades no relacionamento conjugal. Minha mãe se casou grávida, e sempre foi muito ciumenta, penso que pela insegurança motivada por alguns comportamentos do meu pai, que chegou a se envolver em um relacionamento extraconjugal.
Quando estava próximo de completar 13 anos, presenciei uma discussão muito forte entre eles. Essa situação se repetiu por algumas vezes, até resolverem se separar no ano de 1998, validando o divórcio de forma definitiva em 21 de agosto de 2002.
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Embora o percurso fosse acidentado, meus pais sempre fizeram o papel de treinadores espirituais, nos preparando para as subidas e descidas da vida.​
Mesmo em meio a toda essa situação, meus irmãos e eu fomos muito amados pelos nossos pais. Vejo que se esforçaram muito para conduzir nossa família nos caminhos do Senhor. Lembro-me com clareza, que em todas as manhãs, desde pequeninos, antes do sol nascer, nos reuníamos no quarto deles para realizar o culto familiar.
Quando completei 8 anos, pedi permissão aos meus pais para ser batizado. Conversamos com o Pr. José Lourenço e meu batismo foi marcado para o dia 19 de maio de 1984. Sendo bem pequeno, quando entrei no tanque batismal a água quase me cobriu. O pastor, muito experiente, percebeu que eu não tinha altura o suficiente, e de imediato sussurrou em meus ouvidos: — sobe no meu pé. Essa experiência marcou muito, pois, me senti seguro, como se estivesse nas mãos do supremo pastor Jesus Cristo. Hoje me proponho a passar esta segurança para as pessoas que lidero.

Os primeiros passos na longa maratona da vida
Desde muito cedo, fui envolvido nas atividades de trabalho no meio rural, colaborando com meus pais. Recordo-me com nitidez que, aos 5 anos de idade, já acompanhava meu pai nas lavouras, conduzindo cavalos que puxavam a capinadeira utilizada nas plantações de milho. Esse trabalho era intenso e essencial, sobretudo porque meus pais dispunham de poucos recursos financeiros. Por meio desse esforço, realizávamos uma troca por dias de serviço de terceiros em nossas próprias plantações. Meu pai costumava cobrar o equivalente ao trabalho de dois homens e meio, considerando que íamos ele, eu e dois cavalos. Essa dinâmica permitia que nossas terras fossem cultivadas no tempo adequado, favorecendo o ciclo produtivo da roça.​
Com o passar dos anos, minhas responsabilidades foram ampliadas. Aos 9 anos, comecei a cuidar do pequeno rebanho de gado da família, auxiliando na alimentação e na ordenha manual – atividade que meu pai continua realizando até hoje. Já por volta dos 12 a 13 anos, após concluirmos as tarefas em nossas plantações, eu prestava serviços para vizinhos, o que me proporcionou a primeira experiência de remuneração pelo trabalho.
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Cada manhã no campo foi como alinhar na largada da vida, onde aprendi que a verdadeira vitória não está em chegar primeiro, mas em nunca desistir da pista que Deus me confiou.
Minha mãe também desempenhou um papel fundamental na minha formação financeira. Lembro que, após as colheitas de milho, ela nos levava, a mim e ao meu irmão mais velho, para recolher as espigas que haviam ficado para trás nos campos. Com o que juntávamos, meu pai comprava de nós e, com esse dinheiro, adquirimos uma vaca, que passou a ser nossa primeira cabeça de gado. Aos 10 anos, cada um de nós ganhou uma vaca dos nossos pais, ensinando-nos na prática o valor do esforço, da economia e da dignidade no trabalho. Mais tarde, quando me casei, foi com a venda desse pequeno rebanho que pude construir minha primeira casa, a qual, posteriormente, foi vendida para dar entrada em um apartamento na cidade de Belo Horizonte.
Meus pais ainda vivem na zona rural, hoje, em Ribeirão do Sobreiro, região conhecida pela sua campal que já completou 75 anos de existência. Um encontro religioso que era muito aguardado por toda a família. Também vivi por um tempo nesta localidade até completar 15 anos, quando fui para o colégio interno em Colatina-ES, o CAES (antigo EDESSA-Educandário Espírito Santense Adventista).
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Saindo do Bloqueio: A primeira curva
Tendo crescido na zona rural e com pais que haviam concluído apenas o ensino primário, nunca havia considerado dar seguimento aos estudos, porque já estava decidido a ficar para cuidar deles. Hoje percebo que era uma visão pequena, mas compreensível devido ao nosso contexto social.
​Em 1991, no entanto, sem meu conhecimento, meu irmão Vilmar, que já estudava no CAES (antigo EDESSA-Educandário Espírito Santense Adventista), resolveu fazer uma solicitação de bolsa junto aos administradores do colégio para que eu tivesse a mesma oportunidade que ele. Imagine minha surpresa quando recebi a carta de minha seleção como aluno bolsista.​
Sempre fui muito apegado aos meus pais, por isso sair de casa era algo que me angustiava. Vivi uma mistura de sentimentos, não sabia se ficava feliz ou triste. Até que aos 16 anos, saí para estudar no colégio interno e nunca mais voltei a viver com eles. Voltava apenas em períodos de férias.​
Sou grato ao meu irmão mais velho por ter me incentivado e feito de tudo para que eu saísse e estudasse.​
Também agradeço a oportunidade que a Administração do colégio me concedeu, pois, através do curso técnico de contabilidade cursado durante o ensino médio, portas se abriram para que eu pudesse trabalhar na organização Adventista. Aquele foi o estímulo para mudar a minha forma de olhar o mundo.
